PF exibe faixa de protesto no aeroporto de Congonhas em SP |
A presidente Dilma Rousseff decidiu privilegiar
o papel das Forças Armadas no comando da segurança dos grandes eventos que vão
ocorrer no Brasil a partir do ano que vem - Copa das Confederações em 2013, Copa
do Mundo de Futebol em 2014 e a Olimpíada do Rio em 2016. A intervenção da
presidente na estrutura criada para os eventos ocorreu depois que Dilma formou
convicção de que na greve em curso os policiais federais agiram para atemorizar
a sociedade em aeroportos , postos de fronteira e portos.
De acordo com assessores diretos, Dilma
considera absurda a forma como os policiais federais têm agido na greve, levando
a população a constrangimentos com revistas descabidas em malas e bolsas, além
de exibição de armas em suas operações-padrão. A presidente teme ainda que o
Brasil passe por vexames durante os grandes eventos e não se esquece - segundo
um interlocutor - de que os policiais federais tentaram fazer um protesto
durante a Rio+ 20, quando deveriam estar cuidando da segurança dos chefes de
Estado e de governo e das autoridades presentes.
O comando da Secretaria Extraordinária de
Grandes Eventos (Sesge), subordinada ao Ministério da Justiça e dirigida por um
delegado da PF, Valdinho Jacinto Caetano, já começou na prática a perder espaço
para as Forças Armadas. Num primeiro movimento autorizado por Dilma, o
Ministério da Defesa publicou ontem no Diário Oficial da União (DOU) portaria
que prevê o redistribuição de verbas de segurança em eventos e avança nas
funções estratégicas da secretaria em favor dos comandos do Exército, Marinha e
Aeronáutica.
Conforme a portaria, em contexto emergencial, o
Ministério da Defesa fica autorizado a realizar o planejamento para emprego
temporário das Forças Armadas para atuar nas áreas de defesa aeroespacial,
controle de espaço aéreo, defesa de áreas marítima, fluvial e portuária,
segurança e defesa cibernética, de preparo e emprego, de comando e controle e de
defesa contra terrorismo.
O Ministério está também apto a comandar
tarefas de fiscalização de explosivos, de forças de contingência e defesa contra
agentes químicos, biológicos, radiológicos ou nucleares.
A medida, conforme o texto, vale para todas as
cidades-sede da Copa e dos grandes eventos programados até 2016. Entre eles,
estão ainda a Copa das Confederações e a visita do Papa Vento XVI durante A
Jornada Mundial da Juventude, no Rio, em 2013. A Sesge, desidratada de recursos
e atribuições, tende a exercer um papel de segundo plano nesses eventos.
O Estado apurou que, num segundo momento, o
Planalto planeja substituir o titular da secretaria por um representante do
Ministério da Defesa. Criada em agosto de 2011, a Sesge está em plena execução
de um orçamento de R$ 1,17 bilhão.
Embora incomodado com os sinais do Planalto, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou por meio da assessoria do Ministério que não comentaria portaria de outra pasta.
Protestos. Na terça-feira, 21, houve novos protestos de servidores federais em greve. Agentes da Polícia Rodoviária Federal com funções de chefia entregaram simbolicamente seus cargos à Superintendência do Rio de Janeiro. Em
COLABORARAM TIAGO DÉCIMO E ANTÔNIO PITA
ESTADÃO
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